CHINA CENSURA

Censura chinesa limita uso do WhatsApp para envio de fotos e vídeos

EFE/RITCHIE B. TONGO

Os usuários na China do popular aplicativo WhatsApp têm encontrado problemas nesta semana na hora de enviar fotos e vídeos aos seus contatos, algo que especialistas em tecnologia atribuem a uma nova ação da censura chinesa contra plataformas estrangeiras de comunicação.

Segundo destacou nesta quinta-feira a GreatFire.org, organização que faz um acompanhamento da censura da internet na China, os servidores do WhatsApp neste país sofreram problemas de acesso desde terça-feira que impediram que seus usuários enviassem imagens ou vídeos, especialmente em Xangai, maior cidade do país.

Estas dificuldades, ainda que tenham se reduzido no dia de hoje, indicam, segundo o jornal "South China Morning Post", uma estratégia do governo chinês para prejudicar o WhatsApp e beneficiar seu rival local, o aplicativo WeChat.

Ainda que ambos tenham funcionamento similares, o WhatsApp encripta suas mensagens, o que dificulta que estas possam ser monitoradas por terceiros, enquanto o WeChat, do gigante tecnológico chinês Tencent, colabora com a censura do país apagando mensagens ou contas inteiras com material politico "sensível".

Os problemas no WhatsApp foram detectados em meio a um aumento do controle informativo e da censura na China, pela proximidade do 19º Congresso do Partido Comunista, do qual se esperam importantes substituições na cúpula do regime.

Além disso, acontecem na semana posterior à morte do escritor e prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, uma figura que na semana passada também foi vítima da censura chinesa, já que alusões a ele em redes sociais ou páginas de internet eram bloqueadas ou apagadas pelas autoridades.

A censura chinesa bloqueou até a publicação de homenagens veladas ao escritor e, por exemplo, apagou fotos de cadeiras vazias publicadas pelos seus seguidores como símbolo do dissidente chinês (já que o prêmio Nobel que recebeu em 2010 foi colocado em um assento vazio em Oslo durante a cerimônia daquele ano).

Numerosas plataformas estrangeiras de comunicação e redes sociais estão bloqueadas na China, como Facebook, YouTube, Twitter, Instagram e Snapchat, o que beneficiou o auge de versões locais e contribuiu para a aparição de gigantes chineses da internet como Baidu, Alibaba e a mencionada Tencent.EFE

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