LONGEVIDADE - Envelhecer é uma bênção, não um fardo

Empresas que investem em funcionários idosos têm bons retornos (Foto: Pinterest)

Antigamente, os seres humanos viviam somente o bastante para garantir a sobrevivência da espécie. Hoje, a expectativa é que um bebê nascido no Ocidente viverá tempo o suficiente para ver seus netos terem filhos.

A maior expectativa de vida traz mais oportunidades de trabalho e lazer que enriquecem pessoas, sociedades e economias. Tudo depende da forma com que um país trata sua população idosa. O último estágio da vida pode ser muito bom se for permitido à pessoa manter sua autonomia, por vezes com a ajuda da tecnologia.

Mas para que os benefícios da longevidade possam ser aproveitados, duas coisas precisam acontecer. Primeiro, os empregadores devem se adaptar ao envelhecimento da força de trabalho. Se por um lado o trabalho autônomo deu aos idosos a oportunidade de seguir trabalhando, por outro os empregadores tradicionais ainda não conseguiram acomodar este novo e crescente grupo. Uma pesquisa feita nos EUA com pessoas acima de 50 anos, pela AARP, uma agência em prol dos direitos dos idosos, revelou que dois terços dos entrevistados já foram descriminados no trabalho por conta da idade ou presenciaram algum colega passar por isto.

Leis de inclusão podem ajudar a resolver esse problema, mas o melhor seria que os empregadores reconhecessem que oferecer oportunidades à população idosa não só é um dever social, como também é um empreendimento inteligente. Estudos apontam que manter idosos em uma equipe de múltiplas gerações impulsiona a produtividade, tendo desempenhos melhores do que equipes compostas por apenas uma ou duas gerações. Companhias que adotaram essa estratégia, como o Deutsche Bank, tiveram resultados positivos.

A outra coisa que deveria acontecer é tornar a própria longevidade algo igualitário. Atualmente, a maior longevidade é um benefício restrito aos ricos e de boa formação educacional. Dentre os países da OCDE, um homem de 25 anos com uma boa educação vive, em média, oito anos a mais que um contemporâneo com apenas a educação básica.

A melhor forma de nivelar a longevidade entre pessoas de diferentes classes é investir em saúde pública. Não é à toa que países como Canadá e Suécia, que dão muita importância à questão, têm as menores diferenças em longevidade entre pessoas de boa formação e de ensino básico.

As pessoas também têm um papel importante em garantir a própria longevidade, evitando fatores conhecidos que diminuem anos de vida, como tabagismo, má alimentação, obesidade e sedentarismo.The Economist

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