VENEZUELA CRISE

Mercosul rejeita uso da força para restabelecer democracia na Venezuela

EFE/FERNANDO BIZERRA JR.

O Mercosul rejeitou neste sábado o uso da força para restabelecer a ordem democrática na Venezuela e considerou como únicos instrumentos aceitáveis para a promoção da democracia o diálogo e a diplomacia;

A declaração do bloco, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, ocorre um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado pela primeira vez que considera uma "opção militar" para resolver a crise na Venezuela, suspensa de forma indefinida do Mercosul no último dia 5.

"O repúdio à violência e a qualquer opção que envolva o uso da força é inarredável e constitui base fundamental do convívio democrático, tanto no plano interno como no das relações internacionais", afirmou o Mercosul em comunicado que foi divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Os países do Mercosul, completa a nota, continuarão insistindo, de forma individual e coletiva, para que a Venezuela "cumpra com os compromissos que assumiu, de forma livre e soberana, com a democracia como única forma de governo aceitável na região".

"O governo venezuelano não pode aspirar ao convívio normal com seus vizinhos na região enquanto não for restaurada a democracia no país", indicou a nota do bloco divulgada pelo Itamaraty.

O Mercosul decidiu no início do mês aplicar o Protocolo de Ushuaia contra a Venezuela, a chamada "cláusula democrática" do bloco, um gesto que aumenta o "isolamento" do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na região, como avaliou recentemente o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes.

No comunicado publicado hoje, o Mercosul lembra que a decisão de aplicar o Protocolo de Ushuaia contra a Venezuela ocorreu após a constatação de que ocorreu uma "grave ruptura da ordem democrática" no país. Desde então, indica a nota, aumentaram a "a repressão, as detenções arbitrárias e o cerceamento das liberdades individuais".

"As medidas anunciadas pelo governo e pela Assembleia Nacional Constituinte nos últimos dias reduzem ainda mais o espaço para o debate político e para a negociação", afirma o comunicado.

No meio da escalada de tensões na Venezuela, Trump disse que cogita uma "opção militar" para resolver a situação no país.

"Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se necessário", disse o presidente americano.Temos tropas por todo o mundo, em lugares muito, muito afastados. A Venezuela não está muito longe e as pessoas estão sofrendo e morrendo", completou Trump.EFE

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