DELAÇÃO FORA TEMER

Funaro cita três reuniões com Temer em delação

A delação de Funaro embasou parte do relatório da Polícia Federal (PF) sobre o 'quadrilhão do PMDB da Câmara' (Foto: EBC)

O operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro afirmou em acordo de delação premiada que esteve com o presidente Michel Temer em três ocasiões: um encontro na base aérea de São Paulo, outro durante comício em Uberaba (MG) nas eleições municipais de 2012 e uma terceira reunião de apoio à candidatura Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, também em 2012.

A delação de Funaro embasou parte do relatório da Polícia Federal (PF) sobre o “quadrilhão do PMDB da Câmara” – acusado de receber R$ 350 milhões em propinas – e já foi homolagada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O operador, que cumpre pena no presídio da Papuda, em Brasília, afirmou que trabalhou na arrecadação de dinheiro para as campanhas do PMDB em 2010, 2012 e 2014 e estima ter conseguido R$ 100 milhões para o partido e outras siglas coligadas.

Funaro relatou que em dois encontros com Temer – na base aérea de São Paulo e em Uberaba – estava acompanhado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba. Ele também cita que o diretor do Grupo J&F Ricardo Saud, preso temporariamente neste domingo, 10, também estava presente no encontro em Minas Gerais.

De acordo com o operador, havia um interesse do empresário Joesley Batista, dono do Grupo J&F, também preso no domingo, em órgãos como Receita Federal, CVM, Cade e Bacen por conta dos processos administrativos que o grupo empresarial respondia.

Já a reunião sobre a candidatura de Chalita foi feita na Assembleia de Deus no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Segundo Funaro, estavam no encontro os bispos Manoel Ferreira e Samuel Ferreira.

Em nota, o presidente Michel Temer afirmou que não tem relação pessoal com Lúcio Funaro e que, “se esteve com ele, foi de maneira ocasional e, se o cumprimentou, foi como cumprimenta milhares de pessoas”. Até agora, Temer só havia assumido publicamente um encontro com Funaro na base aérea de São Paulo.

Caixa 2 e propina da Gol

Em seu depoimento, Funaro também acusou Temer, então vice-presidente, de autorizar pagamentos eleitorais para a campanha de Chalita à prefeitura de São Paulo. Segundo o operador, ele presenciou um telefonema de Temer dando aval para a liberação de créditos da Caixa Econômica Federal.

De acordo com a PF, os recursos viriam de um fundo público de investimento e os valores seriam levantados pelo operador financeiro e pelo empresário Henrique Constantino, um dos fundadores da companhia aérea Gol. Em seu relatório, a PF aponta que foram repassados pelo menos R$ 1,55 milhão para a campanha de Chalita por meio de ‘caixa 2’.

Além disso, Funaro também acusou Temer de receber propina de R$ 20 milhões de Constantino em troca de apoio ao projeto de abertura do setor aéreo ao capital estrangeiro. Segundo o jornal O Globo, a suposta propina teria sido paga em horas de voo na campanha eleitoral de 2014.Folha de S. Paulo

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