ECONOMIA ITALIANA

Boas notícias para a economia italiana

Empresários têm a perspectiva de obter crédito com mais facilidade (Foto: Pixabay)

Todos os anos, ao final do verão, empresários, políticos e jornalistas italianos, além de convidados estrangeiros, participam do Fórum Ambrosetti, uma conferência econômica internacional, realizada na Villa d’Este às margens do lago Como. Este ano, a brisa suave do lago trouxe boas notícias para a economia italiana.

O PIB no segundo trimestre aumentou 1,5% e, em 5 de setembro, os estatísticos do Departamento de Estatística do governo anunciaram que os principais indicadores apontavam para “um fortalecimento das perspectivas de crescimento”. Na semana anterior, as notícias haviam sido menos promissoras, com o aumento da taxa de desemprego de 11,2% em junho para 11,3% em julho. Mas ainda assim era um cenário favorável. A taxa de desemprego mede a proporção de pessoas à procura de empregos e, em julho, aproximadamente 115 mil italianos candidataram-se a postos de trabalho. A taxa de desemprego aumentou, porque nem todos foram contratados. Porém, pela primeira vez desde 2008, 23 milhões de italianos estão empregados.

Os empresários, por sua vez, têm a perspectiva de obter crédito com mais facilidade. Em julho, o resgate financeiro do governo ao banco mais antigo da Itália, o Monte dei Paschi di Siena, além de dois bancos na região de Veneto, equilibrou um pouco mais a turbulência do setor financeiro do país. O desempenho do primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, presente ao fórum, foi elogiado pelos participantes. O governo também conseguiu reduzir bastante o número de migrantes que atravessa o Mediterrâneo vindo da Líbia.

Um pacote de reforma trabalhista promovido pelo governo anterior de Matteo Renzi deu aos empregadores incentivos financeiros para oferecer empregos estáveis ​​aos trabalhadores. Esses incentivos terminaram no ano passado. Um aumento acentuado da proporção de empregados com contratos de trabalho temporários indica uma tendência a contratar empregados que podem ser despedidos com facilidade ou sem qualificações adequadas. A taxa de desemprego entre os jovens é de 35,5%.

Há também ameaças externas. Quando o Banco Central Europeu interromper a compra de títulos do governo, o custo do refinanciamento da enorme dívida pública da Itália, equivalente a 132,6% do PIB no final de 2016, uma das taxas mais altas da União Europeia (UE), aumentará.

Os políticos italianos ainda não apresentaram propostas para solucionar esses problemas. Se não conseguirem aprovar uma nova lei eleitoral antes das eleições gerais, previstas para maio de 2018, o resultado mais provável será um parlamento com um governo minoritário, ou uma grande coalizão de partidos da esquerda e da direita, que não se interessará em fazer reformas estruturais importantes.The Economist

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