RISCO DE BLECAUTE

Coreia do Norte deixa setor elétrico dos EUA em alerta

Setor está estudando formas de proteger os equipamentos (Foto: Flickr/woodleywonderworks)

Em 3 de setembro, quando a Coreia do Norte anunciou o teste feito com uma bomba de hidrogênio, que poderia ser usada para um ataque de pulso eletromagnético de alta altitude (EMP), o setor de energia elétrica dos EUA assustou-se. Os céticos acham que é mais uma bravata do líder norte-coreano Kim Jong-un. As agências reguladoras não exigiram medidas de segurança adicionais. Mas o setor de energia elétrica levou a ameaça a sério.

Cerca de 60 empresas de eletricidade estão financiando um programa de três anos para estudar o impacto potencial de um ataque EMP na geração e transmissão de eletricidade, além de pesquisar formas de proteger a rede elétrica. Essas preocupações não são novas. Em 1962, quando os EUA fizeram testes nucleares no oceano Pacífico, a rede elétrica do Havaí ficou danificada. As empresas também estudaram o fenômeno da tempestade geomagnética que interrompeu, em 1989, a distribuição de energia elétrica em Quebec, no Canadá.

Porém, a ameaça da Coreia do Norte atraiu mais a atenção para o assunto, disse Robin Manning do Electric Power Research Institute (EPRI). Em maio, uma audiência no Senado mostrou a relutância das forças armadas em compartilhar informações com empresas do setor elétrico e o desconhecimento de como manter a distribuição de energia elétrica no caso de um ataque de uma bomba de pulso eletromagnético.Mas desde então o diálogo melhorou, acrescentou Manning.

Um EMP tem três componentes, o E1, E2 e E3, que em alta altitude podem se espalhar por milhares de quilômetros. O E1 dura apenas alguns nanossegundos, mas pode danificar componentes eletrônicos, como computadores e a infraestrutura da rede elétrica. O E2 assemelha-se a um relâmpago, com uma duração maior que o E1, mas com uma amplitude menor. O mais longo, o E3, pode afetar as linhas de transmissão e os transformadores que conectam as centrais elétricas à rede.

Alguns dizem que um ataque à rede elétrica dos Estados Unidos poderia causar um blecaute catastrófico, com duração de meses. Em fevereiro, um estudo apresentado pelo EPRI revelou que detonações múltiplas do componente E3 não afetariam os transformadores. Mas as pesquisas sobre o assunto não terminaram.

Manning disse ainda que o setor de energia elétrica está estudando formas de proteger os equipamentos do eletromagnetismo, com o uso, por exemplo, da gaiola de Faraday e de estruturas metálicas que bloqueiam as ondas de rádio. O EMP também tem sido objeto de estudo de especialistas europeus e israelenses. As bombas eletromagnéticas não pertencem mais ao domínio da ficção científica, ao contrário são bem reais.The Economist

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