ESTUDO ALIMENTAÇÃO

Impostos e subsídios de alimentação aumentam a desigualdade

mpostos e subsídios não mudam os hábitos alimentares (Fonte: Reprodução/Getty Images)

Nos países desenvolvidos os hábitos alimentares menos saudáveis estão aumentando os níveis de obesidade. Em 2011, a Hungria criou um imposto sobre alimentos ricos em gordura saturada e que continham açúcar como uma forma de estimular a alimentação saudável, com produtos oferecidos a um preço menor. Logo, outros países seguiram seu exemplo. No próximo ano o Reino Unido irá adotar um imposto semelhante.

As pessoas de baixa renda gastam uma proporção maior de seus rendimentos em alimentos e, em geral, comem mais frituras e doces. Na França a obesidade em adultos é comum em mais de 20% de famílias com renda mensal inferior a € 1.500 (US$ 1.765), em comparação com menos de 10% das que ganham mais de € 3.000.

O aumento de preços dos alimentos com a incidência de impostos é uma medida impopular do ponto de vista político. Portanto, a criação de subsídios destinados ao consumo de alimentos saudáveis foi uma solução encontrada para minimizar os efeitos negativos dos aumentos. Mas existem poucos dados sobre as consequências de longo prazo da adoção dessas medidas.

Agora, um estudo referente aos impactos distributivos dos impostos sobre os alimentos ricos em gordura e dos subsídios de pesquisadores das universidades de Oklahoma e Grenoble mostrou que essas medidas prejudicaram a população de baixa renda. Os pesquisadores examinaram as compras de alimentos de mulheres na França durante três dias. Todos os dias as mulheres compravam 180 itens relacionados em uma lista, com preços ajustados diariamente à medida que os impostos e os subsídios eram aplicados.

O estudo mostrou que sem a mudança de hábitos, a despesa com a compra de alimentos de mulheres de baixa renda aumentou, porque preferiram comprar comida que gostavam, em vez de alimentos recomendados por seu valor nutricional e subsidiados.

Os subsídios incentivaram a compra de frutas e vegetais nos diversos grupos sociais. Porém, as pessoas de maior poder aquisitivo compraram mais alimentos saudáveis ​​subsidiados e, com o dinheiro economizado, compraram alimentos ainda mais saudáveis. Já as mulheres de baixa renda gastaram o dinheiro economizado em alimentos ricos em calorias de baixo valor nutritivo, com preços mais caros devido às taxas. Impostos e subsídios não mudam os hábitos alimentares. É preciso fazer um trabalho de conscientização da importância da alimentação saudável por meio, sobretudo, da educação.The Economist

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