SUDÃO ECONOMIA

Sudão cria museu para ilustrar impacto das sanções dos EUA

Ao longo dos últimos 20 anos, o país foi seriamente impactado pelas sanções (Foto: Flickr/David Stanley)

O governo do Sudão construirá um museu para ilustrar como as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos afetaram a vida no país africano. A obra foi anunciada três dias depois de o governo americano suspender parte das sanções.

O museu proposto documentará como um embargo de duas décadas afetou a produção econômica, apesar do desenvolvimento cultural, tecnológico e intelectual. O ministro da cultura sudanês, Al-Tayeb Hassan Badawi, afirmou que o museu será nos moldes do museu de Hiroshima, no Japão, ou do memorial do genocídio de Ruanda ou do museu do apartheid, na África do Sul.

Na última sexta-feira, 6, o presidente americano Donald Trump emitiu uma ordem executiva revogando as sanções. Em 1993, o governo americano designou o Sudão como “estado patrocinador do terrorismo” e, em 1997, impôs um embargo comercial abrangente e bloqueou todos os ativos do governo que estavam nos Estados Unidos.

Trump aceitou encerrar o bloqueio ao país após o governo sudanês concordar em cessar as hostilidades em áreas como Darfur, melhorar o acesso humanitário em regiões de conflito e colaborar com os americanos no combate ao terrorismo.

Ao longo dos últimos 20 anos, o país foi seriamente impactado pelas sanções, afetando tanto a economia quando os principais serviços, aumentando ainda mais o isolamento. O bloqueio comercial, que tinha como objetivo pressionar somente o governo sudanês, acabou dificultando a vida da população, já que ficou impedida de realizar negócios, enviar ou transferir dinheiro, e até mesmo de ter acesso à saúde. Além disso, a separação do Sudão do Sul agravou a situação do país, que perdeu suas receitas de petróleo.

Apesar do sério impacto do embargo, a ideia de construir o museu acaba reforçando uma imagem de um país fracassado. A construção também acaba excluindo da história a devastação provocada pelos conflitos rebeldes, as mortes brutais e a queima de aldeias. Entretanto, o governo espera fortalecer a imagem de um país que continua resistindo ao imperialismo americano, mesmo após o fim das sanções. Quartz

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