CIÊNCIA ATLÂNTICO

Brasil se prepara para integrar centro de pesquisas do Atlântico nos Açores

O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. EFE/Fernando Bizerra Jr.

O Brasil está se juntando ao esforço para a construção de um Centro Internacional de Pesquisa para o Atlântico nos Açores, que pode começar a operar em 2019, segundo disse à Agência Efe o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

A criação desse centro é uma iniciativa de Portugal, à qual já aderiram Espanha e outros países da União Europeia (UE), assim como Angola, Argentina, Cabo Verde, Colômbia, Estados Unidos, Índia, Nigéria e Uruguai.

Kassab disse em entrevista à Efe que representantes desses países e da Comunidade Europeia se reunirão na próxima semana em Florianópolis para discutir essa iniciativa, que pretende valer-se da posição "estratégica" do arquipélago português dos Açores no meio do oceano Atlântico.

O objetivo do encontro é discutir a formalização desse Centro Internacional de Pesquisa para o Atlântico, batizado como AIR Center (na sigla em inglês) e que congregará diversas instituições científicas dos países participantes.

Segundo Kassab, embora ainda não esteja estabelecida uma data para o início das operações do AIR Center, o "cronograma" que se discutiu até agora aponta para "um prazo de 16 meses", o que leva ao ano de 2019.

"Queremos uma cooperação internacional efetiva, articular as forças de diversos países e promover a troca de experiências e conhecimento em benefício da civilização ", disse o ministro.

Segundo Kassab, a ideia é somar à iniciativa pesquisadores das áreas de ciência, tecnologia e inovação para "promover um olhar realmente integrador do conhecimento" em campos como a mudança climática, energia, ciências oceânicas, espaciais e, com uma maior ênfase, realizar estudos específicos sobre o Atlântico.

O ministro de Ciência e Tecnologia ressaltou que se trata de um projeto "fundamentalmente científico, mas também econômico", pois serão promovidos estudos sobre o potencial do Atlântico em minerais e outras riquezas.

O governo brasileiro, de fato, já investiu cerca de US$ 70 milhões em pesquisas no oceano Atlântico, com as quais tenta determinar o potencial econômico de jazidas minerais situadas fora da sua plataforma continental.

Esses trabalhos foram autorizados pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (IBSA, na sigla em inglês), que, de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que data de 1994, regula a concessão de áreas de pesquisa e eventual exploração nas águas internacionais.

Em função do resultado dessas pesquisas, que incluem estudos de impacto ambiental, o Brasil poderia explorar reservas de ferro, manganês e cobalto situadas a 1.500 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro, em uma zona alheia a sua jurisdição marítima.

As jazidas se encontram em uma colina submarina conhecida como Alto Rio Grande, abrangem 3.000 quilômetros quadrados e se calcula que estão a uma profundidade próxima a 4.000 metros.

Até hoje, o IBSA autorizou esses tipos de operações em águas internacionais a um pequeno grupo de países que, além do Brasil, incluem Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coreia do Sul, entre outras nações.Eduardo Davis/EFE

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