ATIVIDADE SÍSMICA TERREMOTOS

Estudo associa terremotos à desaceleração da Terra

Estudo detectou aumento na atividade sísmica em períodos que a Terra girava mais lentamente (Foto: Twitter)

Uma pesquisa elaborada por dois cientistas americanos indica uma relação entre a diminuição da velocidade de rotação da Terra com o aumento de terremotos de grande intensidade e alerta que pode haver mais tremores devastadores em 2018.

A desaceleração do movimento de rotação é um fenômeno comum, que faz com que o planeta demore um pouco mais de 24 horas para dar uma volta completa em torno do seu próprio eixo. Entretanto, os pesquisadores descobriram que essa pequena mudança pode intensificar a atividade sísmica do planeta.

Segundo o estudo, a Terra tende a registrar mais terremotos de grande impacto em períodos que está girando mais lentamente. Os pesquisadores ainda apontam que esse aumento é periódico e costuma aparecer a cada 30 anos, aproximadamente.

A pesquisa foi feita após os dois cientistas observarem os registros históricos de grandes terremotos desde 1900. A partir daí, identificaram picos de atividade sísmica de grande intensidade em 1910, 1943, 1970 e 1998. Nesses anos de pico, o número de terremotos de grande impacto chegou até 20, enquanto em anos comuns ocorriam cerca de 15 tremores desse patamar.

Em seguida, os cientistas procuraram um fenômeno com periodicidade semelhante a dos terremotos e detectaram que a desaceleração da Terra ocorria com um intervalo de tempo parecido. Bendick compara os terremotos durante o pico com “células nervosas ou baterias, que requerem alguma carga antes que possam descarregar”. Para a pesquisadora, a rotação mais lenta funcionaria como essa “carga”.

Entretanto, os cientistas apontam que o efeito não é imediato e o aumento nos terremotos costuma ser sentido após cinco anos do início da desaceleração. Como o planeta começou a desacelerar entre 2012 e 2013, o estudo indica que o próximo aumento será em 2018.

“Nós não podemos prever a desaceleração ou aceleração na rotação da Terra, mas podemos detectá-la através de observações astronômicas e relógios atômicos. E, se nossa hipótese estiver correta, isso pode ser capaz de nos alertar sobre o aumento no número de terremotos cinco anos antes”, afirmou à BBC a pesquisadora Rebecca Bendick, da Universidade de Montana. Ela desenvolveu o estudo em conjunto com Roger Bilham, da Universidade do Colorado.

Por se tratar de uma hipótese, o estudo não tem uma prova científica de que os dois fenômenos estejam relacionados. Ainda assim, os resultados da pesquisa foram apresentados no encontro anual da Geological Society of America, nos Estados Unidos, no final de outubro.BBC

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