CENSURA VENEZUELA

Venezuela fechou quase 70 veículos de mídia em 2017

Em 2017, ocorreram no país 498 atos contra a liberdade de expressão e 66 detenções de jornalistas (Foto: Twitter)

Em 2017, 69 veículos de imprensa foram fechados na Venezuela. Os dados são de um relatório do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP), principal sindicato do setor venezuelano. No total, 46 rádios, três emissoras de televisão e 20 jornais foram obrigados a encerrar as atividades. Ainda segundo o documento, foram registrados 498 atos contra a liberdade de expressão e 66 detenções de jornalistas em 2017.

De acordo com o SNTP, o governo tinha a “intenção de silenciar, a qualquer preço, o descontentamento pela cada vez mais crítica situação econômica e social” no país. Em relação a 2016, os ataques a jornalistas aumentaram 26,5% – o número anterior era de 360. A maior parte das 273 agressões ocorreu durante manifestações contra o presidente Nicolás Maduro, que deixaram 125 mortos entre abril e julho desta ano.

“Utilizando o braço e as armas da Guarda Nacional (militarizada) e as polícias regionais e municipais, a burocracia oficial tentou tornar o conflito invisível”, destacou o documento.

A Relatoria para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos fez um “chamado urgente” para que ocorresse o reestabelecimento das transmissões das emissoras de televisão e rádio retiradas do ar. O encerramento das atividades dos veículos audiovisuais teria ocorrido devido ao vencimento de suas concessões para o uso do espaço radioelétrico, o que muitos afirmam ser concedida arbitrariamente.

Já no caso dos 20 veículos impressos, os jornais da oposição sofreram com a falta de papel para a impressão. O papel tem a importação e a distribuição monopolizadas por uma corporação do governo. Já os jornais que continuam trabalhando, segundo o SNTP, tiveram que limitar seu número de páginas e tiragens em circulação. Em sua defesa, Maduro se declara vítima de uma campanha de desprestígio na mídia local e estrangeira.

Em novembro, a Organização Não Governamental (ONG) Espaço Público revelou que foram mais de 150 veículos de comunicação fechados desde 1999, quando o ex-presidente Hugo Chávez assumiu o posto de chefe de Estado. Ademais, alguns membros da imprensa internacional também se viram prejudicados pela repressão governamental, com cadeias como CNN e RCN sendo retiradas da grade de programação das TVs a cabo do país por ordem do governo.

A Assembleia Nacional Constituinte aprovou, em novembro deste ano, uma lei para punir crimes de ódio, prevendo até 20 anos de prisão pelo delito, além da exclusão de veículos de imprensa que o incitem. Além disso, a lei obriga que os meios de comunicação promovam “a paz, tolerância e a igualdade”, com o Estado podendo ordenar a distribuição desse conteúdo “por um tempo de 30 minutos semanais”.O GLOBO

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