CIÊNCIAS 2017

Revista ‘Science’ lista descobertas e retrocessos de 2017


Os principais achados científicos de 2017 foram divulgados na última quinta-feira, 21, pela revista científica americana Science. Em primeiro lugar, recebendo grande destaque como Descoberta do Ano, ficou a fusão de estrelas de nêutrons em ondas gravitacionais, anunciada em outubro, após a sua descoberta em agosto.

Outras grandes descobertas receberam destaque pela revista Science, como a identificação de uma nova espécie de primatas na Indonésia; melhorias na técnica CRISPR para edição genética; aplicações de microscopia crioeletrônica, rendendo aos seus desenvolvedores o Prêmio Nobel de 2017; a descoberta dos mais antigos fósseis de homo sapiens no Marrocos; e os avanços nas terapias genéticas e suas primeiras aprovações pela Food and Drug Administration (FDA).

Se o ano reservou grandes descobertas científicas, por outro também registrou retrocessos, como apontou a Science, citando os conflitos entre o governo de Donald Trump e a comunidade científica; o assédio sexual na ciência; e as dificuldades na luta para resguardar os cetáceos da costa mexicana.

Ondas gravitacionais

A 130 milhões de anos-luz de distância, duas estrelas de nêutrons se enroscaram em uma grande explosão, que foi estudada por observatórios através de detectores de raios gama, radiotelescópios, entre outros. O fenômeno ocorreu no dia 17 de agosto e foi observado por cientistas de várias partes do mundo. A descoberta foi publicada no dia 20 de outubro na revista Science, após testar a Teoria Geral da Relatividade, de Albert Einstein.

Novo primata

Uma nova espécie de orangotangos foi identificada na ilha de Sumatra, na Indonésia, quando um grupo de cientistas analisou um pequeno grupo de grandes primatas que viviam na floresta de Batang Toru. Dessa forma, os pesquisadores revelaram, em novembro, que os animais têm diferenças dentárias, esqueléticas e genéticas em relação a outros orangotangos.

No entanto, a descoberta também fez com que os cientistas ficassem preocupados com o futuro do grupo de orangotango Tapanuli (Pongo Tapanuliensis). Isso porque os orangotangos são a terceira maior espécie de primatas do mundo, atrás apenas dos gorilas e dos seres humanos.

Homo sapiens

No fim do primeiro semestre, em junho, os cientistas anunciaram a descoberta de fósseis de homo sapiens de cerca de 300 mil anos. Segundo os estudiosos, são os fósseis mais antigos da espécie, descobertos no sítio de Jebel Irhoud, no Marrocos, sendo 100 mil anos mais velhos que os encontrados anteriormente na Etiópia.

De acordo com os cientistas, as recentes descobertas podem modificar radicalmente o entendimento sobre o surgimento e a evolução da espécie.

Governo Trump x Cientistas

A relação entre o presidente Donald Trump e a comunidade científica se mostra “profundamente disfuncional”, segundo a revista Science.

Um dos grandes motivos para esse distanciamento é a postura do presidente com questões ligadas à ciência, renunciando, por exemplo, o acordo climático de Paris, de 2015. Ademais, Trump sancionou cortes no orçamento de agências de pesquisa dos EUA, além de muitos cientistas estão assustados com os compromissos que o chefe de Estado tem firmado em relação às pesquisas.

Movimento Me Too

Infelizmente, assim como os casos de assédio sexual em Hollywood, as cientistas mulheres também relataram acontecimentos semelhantes, além de discriminação de gênero. As pesquisadoras foram a público para denunciar esses comportamentos, segundo apontou a Science.

Duas pesquisadoras, em setembro, entraram com uma ação contra o Instituto Salk para Estudos Biológicos em San Diego, na Califórnia, por um “clube de meninos velhos” ter impedido o acesso das cientistas a fundos institucionais. Em outubro, uma ex-estudante de pós-graduação denunciou David Marchant, geólogo da Universidade de Boston, por assédio sexual e misoginia durante uma viagem de campo à Antártica no fim dos anos 1990.

Outros casos começaram a surgir anteriormente, em maio, formando a campanha #MeToo, que encoraja mulheres a denunciarem situações de assédio e de discriminação de gênero.

Ano negativo

A tentativa de salvar a pequena espécie de toninha chamada de Vaquita, que habita o Golfo da Califórnia, foi deixada de lado em 2017. Em outubro, o governo mexicano criou um documento para proteger os 30 indivíduos restantes, que são ameaçados por redes de pesca.

Por outro lado, um novo levantamento das populações de baleias-francas-do-atlântico-norte apontou graves preocupações com o futuro da espécie. Apenas em 2017, 17 morreram, deixando menos de 100 fêmeas reprodutoras.

Além disso, a União Internacional para a Conservação da Natureza mudou para vermelha a classificação do golfinho Irrawaddy, da Ásia, que nunca esteve tão perto de ser extinto.O GLOBO

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