O HOMEM DO MILHÃO QUE ADORA O POVO
Silvio Santos será o garoto-propaganda da Reforma da Previdência
Senor Abravanel terá a tarefa de tornar 'popular' a mais impopular das medidas já gestadas no Planalto (Foto: Twitter/Moreira Franco)
Em uma partida de xadrez na qual dá sinais de que conspira contra os interesses da população, a classe política brasileira surpreende o país a cada instante e se protege das iniciativas populares de reação – propostas, por exemplo, nas redes sociais. A rejeição popular à reforma da Previdência e a intenção de não reeleger políticos já eleitos motivaram reações oficiais dignas das obras de Maquiavel, num verdadeiro contra-ataque da classe política de fazer valer suas estratégias de perpetuação nos cargos de poder.
Historiador “maquiavelicamente” mal interpretado por ter escrito sobre o Estado como realmente é – e não como deveria ser –, o italiano Nicolau Maquiavel encontraria rico arsenal no planalto central brasileiro para estudar, por exemplo, a inusitada nomeação de Cristiane Brasil como nova ministra do Trabalho, ou o interesse do Governo em promover a reforma da previdência e a iniciativa dos partidos para continuar por cima da carne seca. Como a nomeação da nova ministra não tem justificativa alguma, uma pá de cal já deixou o assunto no passado. Sobre as demais pautas, o Planalto e o Congresso se movem tal como a suçuarana na floresta. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, tuitou na segunda-feira (8) foto na qual aparece ao lado do presidente Michel Temer e do sempre sorridente apresentador Silvio Santos.
Na legenda, o empresário de Comunicação – e dono da emissora com a segunda maior audiência do país, como confirmam números consolidados pelo Ibope ao longo de 2017 – é apontado como “mais um aliado de peso para a reforma da Previdência”.
Isso mesmo, entre atrações como o “Roletrando” e o aviãozinho de dinheiro atirado para a plateia, o mais talentoso homem de auditório da televisão brasileira vai defender a reforma da Previdência Social em troca, provavelmente, de verbas federais com publicidade do Governo em seu espaço comercial. Senor Abravanel terá a tarefa de tornar “popular” a mais impopular das medidas já gestadas no Planalto – embora Temer viva no Jaburu.
O antídoto contra a não reeleição
Nas redes sociais, cresce a ideia de não reeleger aqueles que já cumpriram mandatos e pouco ou nada fizeram. De olho nestes votos de protesto, partidos como o Avante (antigo PT do B), Rede (de Marina Silva) e o Novo (com alguns banqueiros e ex-tucanos) já preparam uma lista de candidatos “outsiders” para atender a esta nova demanda de mercado. A ideia é lançar pré-candidatos da área empresarial e do poder judiciário no Distrito Federal e também em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
Na carona de quem busca por nomes fora da política, tais partidos apresentam o discurso de que “esta é a única forma de oxigenar o sistema político, trazendo novos nomes e ideias, não só de jovens, mas pessoas experientes de outras áreas que poderiam ser candidatas”, como explica o porta-voz da Rede, Zé Gustavo.
Partidões com as maiores bancadas no Congresso, PSDB, PT e MDB não acreditam em outsiders nem investem neste novo perfil. “A renovação por renovação não diz nada. Tem de renovar com qualidade e valorizar a experiência”, afirmou o secretário-geral tucano, Marcus Pestana, em recente coletiva.OPINIÃO
Em uma partida de xadrez na qual dá sinais de que conspira contra os interesses da população, a classe política brasileira surpreende o país a cada instante e se protege das iniciativas populares de reação – propostas, por exemplo, nas redes sociais. A rejeição popular à reforma da Previdência e a intenção de não reeleger políticos já eleitos motivaram reações oficiais dignas das obras de Maquiavel, num verdadeiro contra-ataque da classe política de fazer valer suas estratégias de perpetuação nos cargos de poder.
Historiador “maquiavelicamente” mal interpretado por ter escrito sobre o Estado como realmente é – e não como deveria ser –, o italiano Nicolau Maquiavel encontraria rico arsenal no planalto central brasileiro para estudar, por exemplo, a inusitada nomeação de Cristiane Brasil como nova ministra do Trabalho, ou o interesse do Governo em promover a reforma da previdência e a iniciativa dos partidos para continuar por cima da carne seca. Como a nomeação da nova ministra não tem justificativa alguma, uma pá de cal já deixou o assunto no passado. Sobre as demais pautas, o Planalto e o Congresso se movem tal como a suçuarana na floresta. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, tuitou na segunda-feira (8) foto na qual aparece ao lado do presidente Michel Temer e do sempre sorridente apresentador Silvio Santos.
Na legenda, o empresário de Comunicação – e dono da emissora com a segunda maior audiência do país, como confirmam números consolidados pelo Ibope ao longo de 2017 – é apontado como “mais um aliado de peso para a reforma da Previdência”.
Isso mesmo, entre atrações como o “Roletrando” e o aviãozinho de dinheiro atirado para a plateia, o mais talentoso homem de auditório da televisão brasileira vai defender a reforma da Previdência Social em troca, provavelmente, de verbas federais com publicidade do Governo em seu espaço comercial. Senor Abravanel terá a tarefa de tornar “popular” a mais impopular das medidas já gestadas no Planalto – embora Temer viva no Jaburu.
O antídoto contra a não reeleição
Nas redes sociais, cresce a ideia de não reeleger aqueles que já cumpriram mandatos e pouco ou nada fizeram. De olho nestes votos de protesto, partidos como o Avante (antigo PT do B), Rede (de Marina Silva) e o Novo (com alguns banqueiros e ex-tucanos) já preparam uma lista de candidatos “outsiders” para atender a esta nova demanda de mercado. A ideia é lançar pré-candidatos da área empresarial e do poder judiciário no Distrito Federal e também em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
Na carona de quem busca por nomes fora da política, tais partidos apresentam o discurso de que “esta é a única forma de oxigenar o sistema político, trazendo novos nomes e ideias, não só de jovens, mas pessoas experientes de outras áreas que poderiam ser candidatas”, como explica o porta-voz da Rede, Zé Gustavo.
Partidões com as maiores bancadas no Congresso, PSDB, PT e MDB não acreditam em outsiders nem investem neste novo perfil. “A renovação por renovação não diz nada. Tem de renovar com qualidade e valorizar a experiência”, afirmou o secretário-geral tucano, Marcus Pestana, em recente coletiva.OPINIÃO
Comentários
Postar um comentário