BUSCA PELA PERFEIÇÃO

Pessoas querem se tornar versões ‘filtradas’ de si mesmas

Tendência atual não é mais buscar a aparência de celebridades, como no passado (Foto: Pixabay)

Cada vez mais as pessoas recorrem a cirurgias plásticas para se tornarem versões melhoradas de si mesmas, ignorando a tendência anterior de buscar a semelhança com celebridades atraentes. É o que aponta o renomado cirurgião plástico britânico Tijion Esho.

Segundo o cirurgião, dono da clínica The Esho, filtros de aplicativos como Snapchat e Instagram permitem que a aparência do rosto de uma pessoa seja levemente alterada, suavizando a pele, por exemplo. Com isso, um número crescente de mulheres tem comparecido a clínicas de cirurgias plásticas para se tornarem versões melhoradas de si mesmas, como nos filtros.

“Anteriormente, os pacientes iriam para clínicas com fotos de celebridades ou modelos que eles admiravam e queriam se parecer. Mas com a introdução de plataformas e filtros sociais nos últimos cinco anos, mais e mais pacientes entram em clínicas com versões filtradas de si mesmos como o objetivo que desejam alcança”, explica Esho.

Natalie (nome fictício), uma das clientes de Esho, revelou que nunca gostou de tirar fotos, mas a utilização de filtros dos aplicativos fez com que se sentisse melhor e mais autoconfiante.

“A câmera do Snapchat mostra o que você vê no espelho, mas adiciona um filtro no seu rosto e você pode mudar tudo. Você pode tornar-se mais fino, seus lábios aumentam e seus olhos e cílios podem aumentar. É ótimo”, disse ela.

Com uma foto “filtrada” em mãos, Natalie foi a uma consulta com Esho. Porém, o cirurgião se recusou a tratar a paciente, encaminhando-a para um aconselhamento, garantindo que Natalie está fazendo um grande progresso durante as consultas.

“Temos um rigoroso processo de consulta, que avalia a adequação do paciente ao tratamento e nunca fazemos tratamento no mesmo dia, permitindo que o paciente esfrie a cabeça e realmente pense em sua escolha. Casos como Natalie devem desencadear sinais de alerta para qualquer médico ético. Tratar alguém como este irá iniciá-los em uma jornada em que eles nunca serão felizes e o apoio psicológico é necessário”, explicou o médico.

Para Esho, a atual geração não pode escapar do que ele chamou de “Efeito Truman”, estando acostumada desde o nascimento com as plataformas sociais, com a sua autoestima podendo estar relacionada diretamente com o número de “curtidas” e seguidores que têm em cada uma das redes sociais.

“Essas imagens, agora, são facilmente acessíveis e julgadas, enquanto antes viam imagens via revistas ou TV. Agora os vemos diariamente através de plataformas sociais, tornando-nos mais críticos de nós mesmos. Agora existe uma geração de mulheres e homens que são mais visivelmente conscientes do que nunca”, explica Esho.

Apesar disso, pesquisas recentes mostram que menos mulheres britânicas estão buscando tratamentos cirúrgicos. Em 2017, o número de mulheres que fizeram ritidectomia – tratamento para eliminar rugas – caiu 44%, de acordo com a Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos Estéticos (BAAPS). Segundo dados da BAAPS, mais de 28 mil operações cosméticas fora feitas em 2017, cerca de 8% a menos que em 2016 (30.750).Independent

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