ENERGIA LIMPA

Uma proposta para energia maremotriz no Reino Unido

Os benefícios econômicos do investimento são claros (Foto: Wikipédia)

Junto com a energia solar e eólica, o aproveitamento energético do movimento das marés é mais um exemplo de uma energia renovável que não polui o meio ambiente. Poucos lugares oferecem condições tão propícias à construção de uma usina maremotriz como o estuário do rio Severn, no Reino Unido. A diferença de profundidade de 15 metros entre a maré alta e baixa é uma das maiores do mundo e, por esse motivo, teria a capacidade de gerar uma enorme quantidade de energia.

A ideia de construir uma usina geradora de energia a partir do movimento das marés no rio Severn vem sendo discutida por engenheiros e governos desde 1925. Mas nenhum dos projetos apresentados se concretizou em razão do alto custo da construção. Segundo um estudo da National Infrastructure Commission do Reino Unido, publicado no ano passado, o projeto de uma usina maremotriz pode custar entre £216 e £368 (US$306-521) por MWh de eletricidade em 2025, comparado ao custo de £58-75 para a construção de turbinas eólicas e £55-76 de painéis solares. Os ambientalistas também se preocupam com a alteração do movimento das marés, que prejudicaria a fauna e a flora locais.

Mas em um artigo recém-publicado no Proceedings of the Royal Society, o engenheiro Rod Rainey propôs substituir as turbinas convencionais dos projetos anteriores por uma tecnologia bem mais antiga de rodas de água usada no início da Revolução Industrial para mover moinhos de vento.

No entanto, além da ideia em si não haveria nada de antiquado no projeto de Rainey. As rodas de aço de 30 metros de altura e 60 metros de largura seriam fabricadas em estaleiros. Duzentos e cinquenta rodas e as estruturas de apoio correspondentes se estenderiam no fundo do estuário criando uma barragem de 15 km de comprimento. A energia gerada pelas rodas de água com o movimento das marés atingiria uma média de 4GW de potência, o equivalente a quase o total da energia gerada por duas grandes usinas nucleares.

Pelo menos em teoria, o projeto de Rainey parece bastante interessante. Uma de suas vantagens refere-se à questão ambiental. As turbinas convencionais giram muito rápido e, por isso, cortam em pedaços os peixes que se aproximam. As rodas de água de Rainey, em contrapartida, giram a três metros por segundo, uma velocidade que permitiria que os peixes nadassem entre elas com facilidade.

Os benefícios econômicos também são claros. Na usina de aproveitamento dos movimentos das marés no estuário do rio Rance, na França, a água flui por meio de canais de concreto, porque as turbinas funcionam melhor quando o fluxo da água é rápido. Mas as rodas de água funcionam bem com um fluxo de água mais lento, o que elimina a necessidade de construir canais caros. Além disso, o aço é mais barato do que o concreto usado nos canais.

As rodas de água geraram energia no início da Revolução Industrial, mas foram substituídas pelas usinas a carvão. Assim, nada mais simpático do que a ideia de combater o aquecimento global causado pelo uso de combustíveis fósseis na geração de energia por uma fonte energética supostamente obsoleta e não poluente.The Economist

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