NEGÓCIOS VINHO

Vinho de banana é um sucesso de vendas na Tanzânia

Vinho de banana é vendido a 500 xelins (US$0,23) por garrafa (Foto: Pixabay)

Uma bebida com um gosto forte e um leve sabor de melão e manteiga. O vinho de banana de Leopord Lema pode não agradar aos críticos, mas é um sucesso no norte da Tanzânia, onde é vendido a 500 xelins (US$0,23) por garrafa. É mais barato do que cerveja, disse Samuel Juma, um vigilante, e “dá mais energia”. Os habitantes locais consomem 12 mil litros de vinho de banana por dia.

“Pertenço a uma família que tem o hábito de fabricar bebidas artesanais”, disse Lema, em seu escritório onde se sente o cheiro doce de bananas assadas. Seu vinho se conserva por mais tempo do que a cerveja de banana mbege e é menos prejudicial à saúde do que os moonshines, bebidas artesanais, que às vezes contêm metanol. Lema também fabrica um vinho de abacaxi.

Lema não é o primeiro a fabricar bebidas alcoólicas com produtos locais. Na década de 1950, o alemão Max Heinrich descreveu o processo de fabricação de cerveja de sorgo na atual Zâmbia. A cerveja chibuku que ele inventou agora é produzida pelas cervejarias do país. A empresa Palm Nectar, na Nigéria, vende vinho de palma em bares e supermercados, e tem planos de exportar a bebida para os Estados Unidos e a Europa até o final deste ano. “O vinho tem o mesmo gosto da fruta colhida na árvore”, vangloriou-se seu diretor Maraizu Uche.

Na fábrica de Lema, as mulheres colocam o vinho cor de âmbar em garrafas recicladas. Ele tem mais de 60 funcionários, com salários entre US$90 a US$440 por mês. Lema teve um lucro de 200 milhões de xelins (US$90 mil) no ano passado e está expandindo suas instalações em um terreno de 8 acres. Sua história de sucesso mostra que a África não é um lugar só de fábricas com péssimas condições de trabalho e salários baixos. Em grande parte do continente africano pequenas empresas processam produtos agrícolas para os habitantes da região. As bananas transformam-se em farinha, batatas fritas e geleia, além de vinho. O presidente da Uganda, Yoweri Museveni, pretende usar as futuras receitas do petróleo para financiar projetos de fabricação de bebidas à base de banana.

Lema direciona a venda do vinho de abacaxi mais caro a uma clientela de classe média. Mas os principais compradores do vinho de banana são pessoas mais pobres, que não têm condições de comprar bebidas de marcas conhecidas. “Esse vinho ajuda a prolongar a vida aqui na terra”, grita alegre um fã da bebida, com seus passos vacilantes na rua.The Economist

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação