PRECONCEITO TATUAGENS

Turistas tatuados passam dificuldades no Japão

No Japão, as tatuagens estão associadas a gangues criminosas (Foto: Pixabay)

Os clientes sentem o cheiro suave de sais de banho de frutas cítricas ao entrarem no hall do spa Thermae-yu, no bairro de Kabukicho, em Tóquio. O cartaz na entrada é claro ao avisar que o spa não aceita clientes embriagados ou com tatuagens. O cartaz, disse Yuichi Ohama, gerente do spa, direciona-se às gangues que circulam pelo bairro cheio de prostíbulos, boates e clubes de strip-tease. Mas a proibição atinge um número crescente de turistas tatuados impedidos de frequentar esses lugares.

No Japão, as tatuagens estão associadas a gangues criminosas. Muitos “yakuzas”, membros de organizações mafiosas japonesas, têm o corpo inteiro tatuado, um sinal que pertencem a uma determinada gangue. Por esse motivo, as academias de ginástica, piscinas públicas e as onsen, as fontes de águas termais, proíbem a entrada de pessoas tatuadas, ou exigem que as tatuagens sejam cobertas para não assustar outros clientes.

Aproximadamente 29 milhões de turistas visitaram o Japão no ano passado, o triplo do número em 2013, atraídos pelo iene barato e poucas restrições à concessão de visto. O governo quer aumentar o número de turistas para 40 milhões até 2020, quando Tóquio irá sediar os Jogos Olímpicos. No entanto, segundo Yuya Ota, da Agência de Turismo do Japão (JTA), o preconceito contra as tatuagens está dificultando a expansão do turismo no país. Mais de um terço dos turistas querem conhecer as fontes de águas termais, mas os spas proíbem a entrada deles por causa das tatuagens.

Em 2013, uma mulher maori que participava de uma conferência sobre línguas autóctones foi proibida de entrar em um spa em Hokkaido por causa de uma tatuagem no rosto tradicional de seu povo. A JTA pediu aos proprietários de spas que reavaliassem a proibição aos estrangeiros, mas uma pesquisa em 2015 mostrou que mais da metade manteve-se firme em sua decisão de proibir a entrada de pessoas tatuadas em seus estabelecimentos. “Ainda há mais clientes japoneses do que estrangeiros e é preciso respeitá-los em suas crenças e preconceitos”, disse Masao Oyama, da Associação de Spas do Japão.The Economist

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