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Suspeitos de escândalo sexual da Oxfam no Haiti ameaçaram testemunhas

Imagem do secretário geral da OXFAM, José María Vera, durante coletiva de imprensa no último dia 15 de fevereiro. EFE/ Juan Carlos Hidalgo

Três homens envolvidos no escândalo sexual da Oxfam no Haiti supostamente ameaçaram fisicamente testemunhas durante uma investigação interna feita em 2011, informou nesta segunda-feira a organização não governamental (ONG).

A entidade informou detalhes da pesquisa por causa da polêmica surgida nas últimas semanas ao ser revelado que diretores e cooperantes da Oxfam contrataram prostitutas no Haiti pouco após o terremoto que devastou esse país em 2010.

Em seu documento interno de 2011, a ONG apontou que era "necessário fazer mais" para impedir que os funcionários causadores de problemas pudessem assumir postos em outras organizações com fins beneficentes.

A Oxfam, que conta com cerca de 10 mil pessoas trabalhando em mais de 90 países, especificou hoje que quer ser "o mais transparente possível" sobre suas atividades, depois que a polêmica forçou a saída do diretor no Haiti, Roland van Hauwermeiren, e a demissão da vice-diretora executiva da Oxfam, Penny Lawrence.

Algumas partes do documento de 2011 foram apagadas com o fim de ocultar a identidades de algumas pessoas, incluídas as dos três homens acusados de supostamente intimidar testemunhas.

A Oxfam indicou que espera apresentar hoje o texto original desta investigação ao Governo de Haiti.

De acordo com a ONG, sete funcionários deixaram a organização por causa do seu comportamento no Haiti em 2011.

Um empregado, acrescentou, foi despedido e três renunciaram por estar com prostitutas nas instalações da Oxfam, enquanto três foram também despedidos por assédio e intimidação e por não proteger adequadamente o pessoal.

Em seu documento, o então diretor de operações no Haiti, Roland Van Hauwermeiren, admitiu que recorreu a prostitutas em sua residência quando foi investigado por uma equipe da Oxfam.

Após a pesquisa, ao invés da demissão, foi permitido renunciar se colaborasse com o resto da investigação.

Segundo a imprensa britânica, não está claro se Van Hauwermeiren é um dos suspeitos de ameaçar testemunhas.

"Estamos fazendo esta excepcional publicação porque queremos ser o mais transparentes possíveis sobre as decisões que tomamos durante esta particular investigação", apontou a Oxfam em uma nota.

"Esperamos - acrescentou - que isto contribua para reconstruir a confiança dos que apoiam o nosso trabalho".

Apesar desta investigação, vários envolvidos no escândalo puderam trabalhar em outras organizações, como foi o caso de Van Hauwermeiren, que assumiu o posto de chefe de missão da organização Action Against Hunger em Bangladesh.

Na semana passada, a diretora-executiva da Oxfam International, Winnie Byanyima, disse que a organização estabelecerá uma comissão que examinará casos de exploração sexual de seu pessoal.

Byanyima declarou à BBC que a organização convidará as vítimas para que revelem seus casos e expressou sua solidariedade com os afetados pelos abusos.

A ministra de Cooperação Internacional do Reino Unido, Penny Mordaunt, assegurou há alguns dias o Executivo retirará os fundos públicos de qualquer ONG que não coopere com as autoridades nas investigações para revelar casos de abusos sexuais e adote medidas para evitá-los.EFE

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