ELEIÇÕES COLOMBIANAS

FARC retira candidatura à presidência da Colômbia

O partido tinha apenas 1% da intenção de votos dos colombianos (Foto: Flickr)

A Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC), novo nome das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que se tornaram, recentemente, um partido político, não vão mais disputar as eleições presidenciais colombianas, que ocorrem no dia 27 de maio. O anúncio foi feito na última quinta-feira, 8, por Iván Márquez, candidato do partido ao Senado.

A FARC retirou a candidatura do pleito presidencial, pois seu líder e candidato ao cargo, Rodrigo Londoño, mais conhecido como Timochenko, está com a saúde debilitada depois de ter passado por uma cirurgia cardíaca recentemente. Além disso, o partido denunciou que Timochenko sofreu tentativas de agressões físicas durante a campanha.

“Nós nos vimos obrigados a uma suspensão temporária da campanha pela ausência de garantias e, particularmente, pelos ataques de que nosso candidato presidencial foi alvo, instigados por setores do Centro Democrático, os quais ameaçaram sua integridade pessoal e nos levaram a pensar que poderia estar se forjando um magnicídio (assassinato de figuras proeminentes)”, afirmou o grupo, através de um comunicado, acusando o Centro Democrático, partido fundado, em 2013, pelo ex-presidente Álvaro Uribe, conforme informou o jornal El País.

A retirada da candidatura, no entanto, não parece causar grande impacto nas eleições colombianas, visto que o partido tinha apenas 1% da intenção de votos dos colombianos. Por não desejarem se desvencilhar da sigla “FARC”, que se tornou impopular durante os mais de 50 anos de conflitos armados, e nem mudar as lideranças, a campanha presidencial estava sendo prejudicada.

A candidatura de Timochenko havia sido lançada no final de janeiro, em Ciudad Bolívar, um dos locais mais carentes da capital da Colômbia, Bogotá. Na época, Timochenko pediu a “participação de milhões de compatriotas”, mas, no evento, só estavam presentes cerca de 200 ou 300 pessoas, incluindo a base de apoio da FARC no local.

“Agradecemos a Timo e a Imelda [Daza, candidata à vice-presidência] por terem aceitado nossa postulação, ambos conhecedores dos limites estruturais das forças alternativas para o exercício da política e a participação eleitoral”, informou o partido através da nota.

Mesmo assim, graças ao Acordo de Paz firmado, em 2016, com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, a FARC terá direito a cinco cadeiras no Senado e cinco assentos na Câmara dos Deputados. As eleições legislativas, que serão as primeiras do novo partido político, ocorrem no próximo domingo, 11.

Timochenko

O líder da FARC foi submetido, na última quarta-feira, 7, a uma cirurgia conhecida como by-pass coronário, que permite que o sangue contorne uma seção obstruída em uma ou mais artérias coronárias. Em julho de 2017, o ex-candidato a presidência da Colômbia sofreu uma isquemia cerebral provocada por uma doença cardíaca. Já no dia 1º de março deste ano, Timochenko sofreu um ataque cardíaco e precisou ser hospitalizado.

Durante a última semana, Timochenko, que foi o último líder da guerrilha antes dela se tornar um partido político – assumindo o cargo em 2011 -, havia convocado uma coletiva de imprensa, que ocorreu em uma casa no bairro residencial de Teusaquillo, em Bogotá. Durante a entrevista, o líder da FARC leu alguns versículos da Bíblia e afirmou que o partido não tinha “nem cinco centavos” para financiar a campanha presidencial.

A afirmação, porém, foi contradita pelo presidente Juan Manuel Santos, que informou que o partido recebeu cerca de 8,8 bilhões de pesos colombianos (cerca R$ 10 milhões). “Agora a FARC se queixa de que o dinheiro não chegou para eles. Já chegou, há problemas, mas vamos avançando de forma importante”, informou o presidente.El País

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