COLÔMBIA BIO

Pesquisa nacional sobre biodiversidade é ambiciosa

A ideia do governo é que a biodiversidade possa ser um recurso econômico (Foto: Pixabay)

Lee Davies é um micologista, especialista em fungos dos Jardins de Kew, no Reino Unido. Davies e seus colegas estavam na Colômbia, na Serranía de las Quinchas, uma floresta tropical que, até o acordo de paz de 2016, fazia parte da esfera de influência da FARC, grupo de rebeldes que lutava para tomar o poder. A FARC não encorajava visitantes. Assim, a flora, a fauna e o reino fungi foram pouco catalogados.

Isso, no entanto, está mudando a partir da Colombia BIO, uma tentativa do governo de se aproveitar da saída da FARC para conhecer a biodiversidade do local. Até agora, desde 2016, o projeto patrocinou 13 expedições de botânicos, micologistas e outros tipos de biólogos. Este número deve aumentar para 20 até o final do ano.

Davies e seus colegas estavam lá para impulsionar o exército de especialistas. O governo colombiano vem recrutando diversos grupos de estrangeiros. A Columbia BIO é uma ideia do presidente Juan Manuel Santos.

Pela localidade tropical e sua variedade topográfica, a biodiversidade da Colômbia só perde para do Brasil. A ideia do governo é que a biodiversidade possa ser um recurso econômico e que isso possa contribuir para até 2,5% do PIB da Colômbia até 2030.

Segundo Alejandro Olaya Dávila, diretor da Colciencias, agência de ciência do governo, que é o órgão mãe da Colombia BIO, há planos para um centro de pesquisa nacional para biotecnologia e um fundo que vai financiar start-ups na área. As amostras coletadas vão para um repositório nacional, de onde vão ser distribuídas para estudo.

Os pesquisadores envolvidos na Colombia BIO reclamam de dinheiro. Pela lei, 10% dos royalties de extração de óleo e gás devem ir para pesquisa científica. No ano passado, isso representou US$ 390 milhões. Embora os royalties sejam coletados centralmente, o dinheiro é distribuído para governos de 32 províncias. O orçamento central da Colombia BIO é pequeno, cerca de US$ 4 milhões por ano. São os governos dessas províncias que decidem que ciência ganha financiamento.

Em breve, vai ficar claro se as aspirações do atual presidente são compartilhadas por outros políticos. Afinal, no dia 27, os colombianos vão às urnas, após Santos ter ficado o máximo de tempo no governo.The Economist

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